The Frozen Autumn: Fragments of Memories

medo do braço, meu deus!

Se fosse para descrever rapidamente a banda The Frozen Autumn, eu evocaria o Clan Of Xymox dos idos de 1985, das epifanias eletroacústicas abafadonas do primeiro álbum e de Medusa. Os vocais taciturnos carregados de efeitos soam como fantasmas se arrastando em mansões vitorianas empoeiradas em lugares ermos. Os fantasmas são conhecidos: Depeche Mode, pela overdose melódica de seus primeiros álbuns e pelo romantismo não tão perdedor, New Order pelas guitarras sobre canções de pop melancólico e tranqüilo. Dentro da grande casa se movimentam outras criaturas, dentre as quais pode-se reconhecer Love Spirals Downwards, pelas circunvoluções estacionárias da voz feminina na faixa-título, e Ikon pela profecia roqueira sobre uma linha de baixo firme na contagiante Coming From Nowhere. O intercalamento de technopop soturno com canções etéreas sem percussão causa um efeito de sonho desperto com matizes novecentistas como uma nuvem de ópio que eu porventura houvesse consumido.

Sobre gilvas

Pedante e decadente, ao seu dispor.
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Uma resposta para The Frozen Autumn: Fragments of Memories

  1. Thiago Rocha disse:

    Interessante. Agora, convenhamos: opiáceos mesmo, só na mostarda do McDonald’s.

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