Cranes é uma banda que sempre esteve no meu radar mas que, por alguma razão, teimosia talvez, eu não trazia para a minha discoteca pessoal. Depois de muita recomendações, de pessoas e de aplicativos, como o LastFM, fui ouvir. Como eu fui passar tanto tempo de minha existência alternativa/sombria/industrial/dreampop sem ouvir Cranes?
A experiência do disco de estreia é inovadora, continua relevante e inquietante quase trinta anos depois. Mesmo tendo sido lançado apenas em formato de fita cassete. Fuse, de 1986, é arrastado e abafado. Os elementos estão lá, embora o impacto encantador só tome suas proporções avassaladoras em Self-Non-Self, de 1989, a verdadeira estreia da banda. A percussão nervosa, o baixo mixado lá em cima, os vocais infantis se contorcendo em espirais sobre as camadas sedutoras de sintetizadores e guitarras processadas.
Até o momento não consegui escolher minhas faixas prediletas, mas a dupla Focus Breathe e Fuse já se mostrou matadora em três audições. Quando me decidir, mando notícias dos subterrâneos.